O Nós, novo projeto de extensão do PET, foi criado com o objetivo de transmitir as ideias de nossos petianos e divulgar seus temas e desenvolvimento de pesquisas. Procuramos, assim, incentivar a aproximação de nosso núcleo com o meio acadêmico, alunos e a faculdade. Venha então conhecer um pouquinho mais de Nós!
Gabriella Weiss de Resende
A política e o gênero
“Entrei na faculdade muito nova, com apenas 17 anos. Queria fazer relações públicas. Logo em meu primeiro período, tive uma disciplina com o Professor Paulo Roberto, sobre Teoria da Comunicação, e foi uma grande inspiração. Era fantástico como ele conseguia falar claramente sobre cada assunto, e de uma forma muito profunda e direta. Não tardou para eu querer imensamente ser sua bolsista. A oportunidade logo apareceu, quando, em uma reunião, ele me perguntara se eu não teria interesse em fazer parte de sua Iniciação Científica. Aceitei, e foi essa minha inserção para a pesquisa. Pesquisar política não havia sido uma possibilidade de tema para mim anteriormente, pois julgava muito complicado. Porém, ao começar, me encontrei revendo minha visão sobre o mundo e a sociedade.
Durante quatro períodos fui sua bolsista. Em meu quinto período, participei do processo seletivo do PET. Por já ter certa experiência com pesquisa, resolvi tentar, e consegui. Avisei ao Professor Paulo que teria que sair de sua pesquisa, mas que gostaria de ter sua orientação no núcleo. Ele aceitou. Atualmente, em meu oitavo período, continuo tendo-o como orientador.
Além da primeira pesquisa desenvolvida como bolsista do Paulo, eu já desenvolvera outras na faculdade sobre temas de meu interesse. Em meu segundo período, na disciplina Política da Informação, desenvolvi uma pesquisa sobre o programa eleitoral gratuito, com foco nas eleições de 2013. Na disciplina de História da Arte, produzi um sobre o Futurismo e Fascismo Italiano. Já em meu quarto período, escrevi um artigo sobre o cyber ativismo, abordando a questão de gênero, no qual analisei as Hashtags #meuprimeiroassedio e #meuamigosecreto.
Para mim, uma das grandes vantagens do PET foi me permitir pesquisar temas que não os relacionados às pesquisas dos professores. Eu tenho a possibilidade de adaptar o objeto segundo a forma de meu interesse. Foi assim que, após um tempo no núcleo, cheguei ao meu atual objeto de pesquisa, que também é o de meu TCC, “Como o sexismo aparece nas coberturas jornalísticas de mulheres concorrendo a cargos políticos”. Nele, utilizando o método da Análise de Discurso, comparo as publicações dos jornais de maior circulação nos países escolhidos, Brasil e Argentina. Mais especificamente, dos jornais Folha de São Paulo e Camarim, sobre o primeiro período eleitoral da Dilma Rousseff e da Cristina Kirchner. Escolhi tais figuras pois a Argentina foi o primeiro país do mundo a adotar o sistema de cotas para mulheres entrarem no congresso, então há uma participação feminina muito maior e mais consolidada do que no Brasil. Apesar disso, nem sempre o aspecto cultural acompanha. Então gostaria de entender se a cobertura dos jornais é mais inclusiva ou ainda é mais conservadora, trazendo assuntos que não deviam influenciar na candidatura das mulheres, como se possuem filhos ou são casadas.
Com tantas pesquisas que já desenvolvi, delimitar o tema especificamente não é problema para mim, e não julgo difícil. Meu maior problema é gostar tanto dele e chegar a ler excessivamente sobre o assunto. Já cheguei a ler 20 livros para fazer uma pesquisa. Isso acaba gerando muitas ideias e tenho muito a dizer, porém preciso resumir devido ao limite de tamanho das pesquisas. Nelas, o importante é delimitar bastante o tema. Apesar de ser um desafio, também possui um lado bom, pois pode gerar outras pesquisas que abordarão outras partes do mesmo assunto. Atualmente, quero seguir no mestrado na área que pesquiso. Então minha curiosidade e vontade de ler e saber mais tem sido benéfica e fundamental para mim”.