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No episódio piloto do PET Cast, entrevistamos o professor e pesquisador Paulo Roberto Figueira Leal da Universidade Federal de Juiz de Fora. Ele falou um pouco do seu pós doutorado sobre a relação da antipolítica com o consumo midiático. Além disso, abordamos o tema Doria, Trump e a espetacularização da política.
Ficha Técnica
Locução: Christinny Garibaldi
Produção: Pedro Augusto Figueiredo
Edição: Ana Lívia Faria
Jornalismo: Isabella Gonçalves
Orientação: Letícia Perani
Nos últimos dois anos, as posições políticas se tornaram um tanto quanto polarizadas no Brasil. Ou você é de esquerda ou de direita. É uma guerra de nós contra eles e dos eles contra nós. Uma batalha de paixões e de crenças. Uma disputa de opiniões. Em outros países e até mesmo no Brasil, políticos inéditos e partidos não hegemônicos passaram a ocupar posições de destaque. Em meio a isso, tudo, a política nunca foi tão discutida, ao mesmo tempo, tão odiada.
Mas afinal de contas, o que significa odiar a política? A sociedade se organiza, em suas origens, de forma política. Abominá-la pressupõe, portanto, negar a própria organização da humanidade. Acreditar que possamos fugir dela é uma ilusão. Nós fazemos política. O tempo todo. Não são elas, as entidades políticas, que consideramos tão longínquas e inalcançáveis, que as fazem. Mas a sociedade. E como nos tornamos tão descrentes da forma como nos estabelecemos?
O professor da Faculdade de Comunicação da UFJF, Paulo Roberto Figueira Leal, centrou sua pesquisa justamente nessa questão. Em seu pós-doutorado na UFRJ, ele procurou traçar uma correlação entre a apatia política com o consumo midiático. Segundo ele, como os veículos procuram noticiar o acontecimento desviante e que foge da normalidade, a sensação que temos é a de uma constante piora. Quanto mais consumimos informação, portanto, mais nos tornamos apáticos com a política.
E essa apatia política se relaciona com os fenômenos políticos da atualidade. Nos últimos meses, políticos como Doria e Trump, que se apresentaram como não políticos, foram eleitos. E ao o serem, tornaram-se o que negavam ser. O pesquisador comenta que isso acontece em determinados momentos históricos, quando existe uma descrença e que, nesse instante, nos encontramos em um período como esse. “Há um trilho eleitoral de pessoas que hoje rejeitam as ofertas do sistema e que, portanto, estão em busca de um salvador da pátria, de um nome que fosse limpo e que portanto fosse capaz de higienizar o espaço da política.”
Paulo debate a sua pesquisa e relaciona os seus conhecimentos de Comunicação Política com fenômenos da atualidade, como com o Brexit e as eleições francesas e com o tema central do episódio: “Doria, Trump e a espetacularização da política.” Não deixe de ouvir!
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